Que a cachaça é a bebida mais brasileira que existe não é novidade. A paixão nacional é tão forte que, em 13 setembro, comemora-se o Dia da Cachaça. Intrinsecamente ligada à nossa história e à nossa identidade, você já pensou em como ela aparece na música, na arte e na fala dos brasileiros?

A cachaça foi o primeiro destilado da América Latina, descoberto no século XVI por escravos. Tradicionalmente associada à aguardente e às camadas mais vulneráveis da população, com o passar dos anos a bebida adquiriu um contorno premium, por meio de cachaçarias artesanais. Assim, realçou-se a qualidade, o aroma e o sabor do destilado produzido a partir do mosto da cana-de-açúcar.

Para celebrar a data e brindá-la como ela merece, preparamos este post para mostrar como a bebida faz parte da cultura e das manifestações populares do país. Acompanhe.

 

Cachaça e medicina popular

Quem disse que a cachaça não era um ótimo lenitivo contra doenças e os males que acometiam o espírito? No último caso, era utilizada quando os escravos africanos sofriam de banzo, aquele sentimento de saudade da terra natal.

Por conta também do difícil acesso a medicamentos, era bastante difundida uma medicina popular e ancestral durante o período do Brasil colônia. A aguardente, por conter álcool, figurava em muitas receitas – algumas indicadas até por médicos. Misturada com ervas, era receitada para diversos tipos de doenças, desde picadas de cobra até amarelão e sífilis.

Porém, é sempre bom lembrar que a medicina avançou muito e, hoje, a cachaça artesanal é indicada só para degustação mesmo.

 

Cachaça e música

Bebida perfeita para todas as ocasiões, mas sobretudo as festivas, no imaginário popular a aguardente ainda está bastante associada à imagem do “cachaceiro sofredor”. Isso porque a própria música ajudou a reforçar essa ideia, por meio de letras que transformam em poesia a dor do amor não-correspondido.

Marchinhas de Carnaval, sambas, poemas e até obras literárias representam a cachaça – na figura de aguardente – como uma forma de transcender dores. A música popular brasileira também carrega, em diversas vertentes e formas, a cachaça como um símbolo.

Nós não indicamos que você faça isso com a cachaça artesanal: beba para ficar ainda mais feliz – e sempre com moderação.

 

Cachaça e religião

A aguardente era parte dos rituais religiosos de africanos e indígenas no Brasil, e logo se difundiu para além deles. Muitos pesquisadores afirmam que isso se deu, também, porque os portugueses estavam familiarizados com o vinho da missa. 

Ainda hoje, há ritos e hábitos que demonstram os laços entre a religião africana, a católica e a aguardente. Em velórios, por exemplo, muitos ainda tomam uma dose, para “beber o morto” e espantar a tristeza.

A verdade é que a cachaça sempre esteve presente nos rituais religiosos brasileiros, seja como oferenda ou como gesto de comemoração. Assim, instituiu-se como um importante elo entre o sagrado e o profano nessas manifestações culturais e folclóricas.

 

Portanto, quando você bebe uma cachaça artesanal, que é produzida de forma elaborada e cuidadosa, celebra muito da história do Brasil. Com qual Harmonie Schnaps você vai comemorar toda essa tradição? Conte nos comentários!

Fonte: SILVA, Jairo Martins da. Cachaça: o mais brasileiro dos prazeres. 2. ed. rev. E atual. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2008.